sexta-feira, janeiro 04, 2008

Poema das Viagens

(em verso cambado)

E voava pela Terra
Nem sequer olhar pra trás
Tanta luta, tanta guerra.
E passava Finisterra
Tanta fome, pouca paz.

E chegava inté à Lua.
Tanta ira, na cratera
Que, para o Sol, fugia.
Mas este, tod'ardente,
mau, eriçado, rugia.

Pass'asinha para lá
Da estrela mais distante
Como puro diamante.
Mesm'então, só azedume
Tanta raiva, tanto lume.

E n'espaço mais profundo,
Onde nem a Luz alcança
Descobri uma criança ...
Que m'espetou uma lança

(E, na morte,
enfim,
a bonança).